terça-feira, maio 03, 2005

O grande mês de Maio.

Caros dependentes da batneira, sem direcção assistida,
finalmente chegamos ao melhor mês do ano, pelo menos para mói méme.
Já sei o que estão a pensar. Devem pensar que eu gosto do mês de Maio, porque é o mês em que se assinala mais um aniversário da minha vinda a este mundo. NÃO. Aliás eu tento ser o mais discreto nesse capítulo. Nunca me irão ver dizer nem escrever que faço anos no dia 8 de Maio, por volta das 12h20 e que este ano faço 24. NUNCA. Eu gosto do mês de Maio porque acontece nesta nossa cidade a maior concentração de Jet-7 do ano - a feira de Maio. Eu gosto da feira de Maio por, pelo menos, 2 motivos:
1 - porque constuma vir cá o Poço da Morte. Este é que é o maior espectáculo do mundo. Não me venhma cá com a história do circo ou dos upskirt ou string shots que a malta (quando tem a oportunidade) tira. O Poço da Morte é simplesmente inesquecível por vários motivos: porque saímos de lá com um brutal cheiro a fumo e a gasolina na roupa, por causa da tromba que o velho faz quando anda de mota lá ás voltas no poço, pelo Artista Carlos Miguel que deve ser o filho mais velho daquela família. Já repararam que quer o velho quer os filhos são coxos. Ahhh Têm pedras nos sapatos, por isso é que têm dificuldade em andar normalmente. Ahh, também por causa das coreografias que os artistas fazem com os braços enquanto passeiam pelas paredes do poço. São parecidas com os gestos que os mágicos fazem, apenas com a particularidade de terem sempre a mesma expressão facial que é igual à de um tipo que está a fazer uma grande frete. E finalmente por causa do vocabulário que o velhote, dono do poço, eterno artista das motas e verdadeiro gentleman, usa para chamar a freguesia para ver o espectáculo.
Vou tentar reproduzir o mais fiel possível as palavras do velhote: "Senhores e senhoras, faça a fineza de adquirir o bilhete e assistir a um espectáculo que vais ficar gravado na vossa memória, por longa data. Onde o perigo espreita." é mais ou menos isso. Eu cá penso que o espectáculo fica gravado na nossa memória se algum dos artistas se espalharem ao comprido no poço, ou se alguma peça daquele conjunto de peças de várias motos que estão montadas numa só máquina, se solta e bate na cabeça de alguém. Aí é que deve ficar alguma coisa gravada na memória das pessoas, talves uns pontitos ou uma cicatriz. Penso também que quando o velho diz que o perigo espretia, ele deve-se estar a referir ao perigo que espreita a qualquer esquina. Estão a perceber? Esquina, dentro do poço da morte? Não percebi...
2 - porque podemos tomar conhecimento AO VIVO E A CORES, das últimas tendências da moda, da música e do trabalho de bate-chapas. Passo a explicar. Tudo isto acontece quando vamos aos míticos carrinhos de choque. Têm de reparar para os funcionários que arrumam os carros. Têm um penteado que nem o Vidal Sasson conseguiria recrear num top-model. Aquela quantidade de sebo, caspa e oleosidade por mm2 de fio de cabelo, para além da estética, do visual do penteado, que nem na altura no Neolítico Inferior o ser humano era capaz de ter. É mesmo impressionante. Se forem lá aos carros de choque têm de tirar uma foto com o telemóvel para comprovar estes factos.
Quando me refiro ás últimas tendências da música, estou a falar na verdadeira house-grópunk music. Se forem lá vão tomar conhecimento das novas malhas da house music para agro-punks. É um espectáculo. Deve ser dos poucos estilos musicais que impedem a comunicação interpessoal a uma distância de centímetros. Se forem acompanhados não tentem comunicar orlamente, tem de ser por gestos ou por cartazes. A música está sempre em alto volume, já para não falar daquele sinal que indica o início e fim das viagens - esse som tabmém é mítico e estou a tentar arranjá-lo para por como toque de mensagem no meu telemóvel.
Já a parte do bate-chapas tem a ver com a batida da house-grópunk music que é frenética. Nem o meu vizinho, meu tio Pedro que é bate-chapas na Scania consegue fazer tanto barunho como aquele som dos carros de choque, mesmo usando a rebarbadora na chapa mais rasca.
Têm de ir à feira de Maio, mas ao domingo à tarde para poderem a assistir à maior concentração de bimbos e domingueiros da região litoral centro, já para não falar dos tunnings, dos cigantos-tios (nova classe social), das ciganas louras e dos stands com índios a vender cd's dos pan-pipes.
Prontos, de momento era isto que vos queria dizer.
Um bem-haja a todos e até à próxima.