segunda-feira, maio 22, 2006

Não percebi...

Pessoal das obras,

nesta minha aparição por este espaço de livre opinião, venho comunicar-vos aquilo que vi neste último fim-de-semana.

Estava muito bem a picar o ponto no meu local de trabalho temporário quando, eis que, me deparei com a seguinte notícia:
"Olha lá, hoje vem cá o Eusébio para uma sessão de autógrafos, por isso tens de verificar se todas as camisolas (réplicas de 1966) da selecção vêm com a etiqueta de segurança ou se são para ser registadas."

E eu: "Hã?"

Pronto já tinha o FDS estragado. Já não se pode vir trabalhar em paz, pois temos de andar a controlar tudo e todos.

O pior não era isso, mas aquilo que minutos mais tarde viria a presenciar e que me deixou uma grande interrogação no espírito e que ainda hoje não consegui arranjar uma resposta coerente para tal.
Eis aquilo que se passou, aquilo que questiono e aquilo que de repente me passou pela imaginação:

1ª situação - então não é que começo a ver algumas pessoas com camisolas do Benfica a deslocarem-se para o local da sessão de autógrafos.
1ª questão - Mas o objectivo da vinda do Eusébio não era para autografar as réplicas do equipamento da selecção nacional do mundial de 66? As pessoas não sabem ler, ou simplesmente perceber o sentido das coisas? Não conseguem distinguir no vermelho o símbolo da FPF (gravado nas réplicas do) símbolo do Benfica?
Minha imaginação instantânea - É gente burra pois não conseguiram compreender que os autógrafos seriam feitos nas réplicas à venda naquele espaço e não em t-shirts contrafeitas do equipamento do Benfica dos anos 90 compradas na feira.
Ou então
São os orgulhosos do Benfica que mesmo depois de uma época em que o seu clube não ganhou nada e só meteu água têm o descaramento de andar com aquilo vestido.

2ª situação - O Eusébio veio a uma superfície comercial dar autógrafos em pedaços de pano vermelho que ainda por cima deve ser bem quentinho para quem os usar agora com o calor e que ainda por cima custa 9.90 euros.
1ª questão - O que é que o Eusébio fez de meritório nestes últimos tempos?
2ª questão – Porque é que eu deveria ir pedir-lhe uma autógrafo?
Minha imaginação instantânea – Credo. Ir pedir-lhe um autógrafo. Ainda se cá viesse o Pinto da Costa era gajo para lhe sacar um autógrafo, agora o Eusébio.
Ou então
Dar 10 euros por uma camisola. Ainda por cima vermelha. Pior ainda … assinada. Como se nada disto valesse, assinada pelo … Eusébio. Autêntico “Roubo. E repito. Roubo” – palavras do antigo director de comunicação do Benfica e mito da comunicação social, João Malheiro.
Ou então
Só se fosse para assinar uma réplica do equipamento do novo campeão nacional de futebol, mas não com o nome do … Eusébio.


Caríssimos, eis as situações pelas quais eu pergunto “Para quando um mundo melhor?” Sem gente triste e atrasada.
Porque é que tenho de levar com isto tudo nos poucos dias que entro naquele espaço comercial para laborar honestamente?

Ainda por cima nesse mesmo dia tive que levar com uma enchente de garotos a chorar, a gritar e a moer-me o meu débil juízo porque também lá foi um tipo com um disfarce intitulado de NODI.

Para mim, a teoria que esse lamentável dia me deixou foi: “Cheira-me que o Eusébio e Nodi são a mesma pessoa.”
Por acaso ninguém se tinha peidado junto de mim, mas foi coincidência a mais essas duas personagens estarem no mesmo dia no mesmo lugar em horas diferentes.